O calendário monástico reserva o dia 21 de março para a festa do Trânsito de São Bento, concedendo ao Pai dos monges do Ocidente não apenas uma, mas duas memórias no Ano Litúrgico (sendo a principal no dia 11 de julho). Os cistercienses celebram duplamente essa data, pois foi no dia dessa festa que, no ano 1098, os Santos Roberto, Alberico e Estevão partiram da abadia de Molesmes rumo ao remoto Vale de Cister, para ali iniciar uma forma de vida monástica mais próxima do ideal de São Bento. Portanto, no dia de hoje celebramos exatos 920 anos da fundação de Cister (1098-2018).
A leitura do Ofício de Vigílias para esta festa relata o passamento – o transitus – de São Bento para o Pai, e é uma das mais comovedoras passagens saídas da pena de seu discípulo e biógrafo, o papa São Gregório Magno.
Assim que Deus lhe deu a conhecer o dia de sua morte iminente, São Bento pôs-se a preparar seu túmulo. Com o corpo extenuado pela enfermidade, participou do Santo Sacrifício da missa, comungou e morreu de pé, sustentado por seus discípulos. No momento exato de sua morte, dois de seus monges – um no mosteiro, o outro distante – tiveram a mesma visão: um caminho de luz se estendia da cela do santo abade até o Céu: “Este é o caminho pelo qual Bento, o amado do Senhor, subiu ao Céu”.
Segue o texto.