“Uma nação pode ser considerada grande, quando defende a liberdade, (...) quando promove uma cultura que permita às pessoas «sonhar» com plenos direitos para todos os seus irmãos e irmãs.” (Papa Francisco)
No Brasil, o dia 20 de novembro marca a memória de Zumbi dos Palmares e as celebrações em torno da Consciência Negra.
São sempre nefastas e doloridas as notícias envolvendo injúria racial. O racismo, não é novidade, tornar-se ainda mais odioso e sujo quando se infiltra, por exemplo, num mundo subjetivo da beleza. Um caso recente mostrou que a mulher eleita Miss Brasil – a piauiense e negra Monalysa Alcântara – foi rotulada de “cara de empregadinha” nas redes sociais.
Profetas sempre surgem em momentos difíceis da história. Thomas Merton foi precursor na defesa da igualdade racial e uma das vozes que não se calaram diante das perseguições contra os negros. Ele não estava só: Martin Luther King, líder do movimento dos direitos civis, empunhou também a bandeira da não-violência e do amor ao próximo.
Num contexto eclesial, ao tratar o tema da não-violência, escreveu Merton:
"Quando a não-violência é elogiada pelo Concílio, entende-se que este elogio se aplica à verdadeira não-violência como uma forma mais séria de disciplina espiritual e política: a não-violência que foi praticada e aperfeiçoada por Gandhi e também usada com disciplina e eficácia por Martin Luther King e, no sul dos Estados Unidos, pelos manifestantes dos direitos civis para os negros.
A Igreja e o Mundo sem Deus (Vozes 1970), pág. 86
No Vídeo abaixo, produzido pelo “Quebrando o tabu”, nos enchemos de contagiante entusiasmo com o “sonho” de Luther King ao tempo que embargamos a voz com manifestações lamentáveis de diminuição da dignidade da pessoa humana por conta da pigmentação de pele.
Cristóvão de Sousa Meneses Júnior é pai da Teresa e esposo da Estela; é membro e colaborador da Sociedade dos Amigos Fraternos de Thomas Merton.