Blog › 17/01/2020

O Grande Santo Antão

“A oração do monge não é perfeita até que não perceba mais em si mesmo que está orando”

 

Depois da morte de seus pais, tendo ficado sozinho com uma única irmã ainda pequena, Antão, que tinha uns dezoito ou vinte anos, tomou conta da casa e da irmã.

Mal haviam passado seis meses desde o falecimento dos pais, que indo um dia à igreja, como de costume, refletia consigo mesmo sobre o motivo que levara os apóstolos a abandonarem tudo para seguir o Salvador; e por qual razão aqueles homens, de que se fala nos Atos dos Apóstolos, vendiam suas propriedades e depositavam o preço aos pés dos apóstolos para ser distribuído entre os pobres. Ia também pensando na grande e maravilhosa esperança que lhes estava reservada nos céus. Meditando nestas coisas, entrou na igreja no exato momento em que se lia o evangelho, e ouviu o que o Senhor disse ao jovem rico: Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá o dinheiro aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me (Mt 19, 21).

Antão considerou que a lembrança dos santos exemplos lhe tinha vindo de Deus, e que aquelas palavras eram dirigidas pessoalmente para ele. Logo que voltou da igreja, repartiu com os habitantes da aldeia as propriedades que herdara da família (possuía trezentos campos lavrados, férteis e muito aprazíveis) para que não fossem motivo de preocupação, nem para si próprio nem para a irmã. Vendeu também todos os móveis e distribuiu com os pobres a grande quantia que obtivera, reservando apenas uma pequena parte por causa da irmã.

Entrando outra vez na igreja, ouviu o Senhor dizer no evangelho: Não vos preocupeis com o dia de amanhã (Mt 6, 34). Não podendo mais resistir, até aquele pouco que restara, deu-o aos pobres. Confiou a irmã a uma comunidade de virgens consagradas que conhecia e considerava fiéis, para que fosse educada no Mosteiro. Quanto a ele, a partir de então, entregou-se a uma vida de ascese e rigorosa mortificação, nas imediações de sua casa.

Trabalhava com as próprias mãos, pois ouvira a palavra da Escritura: Quem não quer trabalhar, também não deve comer (1Ts 3, 10). Com uma parte do que ganhava comprava o pão que comia; o resto dava aos pobres.

Rezava continuamente, pois aprendera que é preciso rezar a sós sem cessar (1Ts 5, 17). Era tão atento à leitura que nada lhe escapava do que tinha lido na Escritura; retinha tudo de tal forma que sua memória acabou por se substituir aos livros.

SANTO ATANÁSIO DE ALEXANDRIA

O Mosteiro de Santo Antão foi edificado entre 361-363. Está situado a 334 km do Cairo, capital do Egito

Os Monges Coptas são os guardiães do berço da vida monástica

O Mosteiro recebe cerca de mil visitantes por fim de semana

ASSISTA AO VÍDEO

sobre o vídeo

O vídeo apresenta a história de Padre Lázaro, que tem vivido na solidão no Monte Colzim (a montanha da gruta de Santo Antão). Ele é australiano e trabalhou como professor universitário, lecionando literatura e filosofia. Passou 42 anos de sua vida sendo ateu e apoiando sua filosofia no marxismo.

Após sua mãe ter sido diagnosticada com câncer terminal e falecer em seguida, ele abandonou sua vida na Austrália e saiu em busca de Deus e da liberdade.

Ele conheceu Sua Santidade, o Patriarca Shenouda III, que o guiou até onde ele está agora.

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