Livros › 09/12/2016

Paz na era pós-cristã

(Santuário, 2007)

Escrito em 1962, o manuscrito de Thomas Merton sobre a paz foi censurado pelas autoridades eclesiásticas, que o consideraram demasiadamente “radical” e pode ser publicado somente recentemente. Mas como justificar a publicação de um livro que aborda problemas urgentes de 1962, agora que não existe mais uma União Soviética e que a Guerra Fria não passa do título de um capítulo em livros de História? Infelizmente, mais de quarenta anos depois, a paz continua sendo desafiada e a guerra continua sendo considerada a “solução” mais adequada, apesar do alto preço em vidas humanas e destruição.

Os Estados Unidos ainda possuem cerca de 10.400 ogivas nucleares, e a Rússia, um número equivalente. Grã-Bretanha, França, China, Índia, Paquistão e Israel já possuem armas nucleares. Suspeita-se que muitos outros países também tenham armas nucleares ou estejam dando passos no sentido de obtê-las. Além disso, há o grave perigo de organizações terroristas, como a Al-Qaeda, procurarem e obterem armas nucleares. A questão das armas nucleares e de outros meios de destruição em massa não só continua entre nós, como está crescendo a possibilidade de seu uso.

Merton não previu a atual “guerra ao terror”, no entanto é surpreendente a frequência com que aparece no seu livro a palavra “terrorismo”, referida não a atividades de grupos secretos, mas sim à aceitação demonstrada por parte dos governos de táticas de guerra que resultaram em grandes números de baixas entre civis. Se hoje se fala em “eixo do mal”, Merton denuncia o fato de os americanos acreditarem que o mal é perpetrado pelos inimigos, nunca por eles mesmos. Da mesma forma, continua extremamente atual sua denúncia do uso perverso que as grandes potências fazem das Nações Unidas.

Enfim, Merton nos lembra neste livro que a ética cristã não pode se perder nos meandros do pragmatismo a serviço do poder político. Ele acredita firmemente que medidas não-violentas e razoáveis são mais poderosas que as armas. “Neste manuscrito tão longamente aguardado, Thomas Merton identifica a rapidez com que muitas nações – lideradas pelos Estados Unidos – preparam-se para e ameaçam com extermínios em massa, como a crise moral mais premente de nosso tempo. Eco que vem soando década após década, essa advertência profunda e mais atual do que as manchetes de amanha.”

– Daniel Ellsberg, autor de Secrets: A Memoir of Vietnam and the Pentagon Papers

“Estava na hora de este trabalho profético ser publicado. A bem da verdade, sua publicação já devia ter ocorrido ha muito tempo… Paz na era pós-cristã e tão relevante hoje quanta há 40 anos.

– Ron Powaski, autor de Thomas Merton on Nuclear Weapons

“A crítica detalhada que Merton faz da guerra e seu fervoroso apelo pela paz representam uma forte, provocadora e muito necessária mensagem para nosso mundo assolado pelo terror.”

– William H. Shannon

“Substitua ‘guerra contra o comunismo’ por ‘guerra contra o terrorismo’ e a lucidez de Merton continua a desafiar nossa cultura bélica e nós mesmos…”

– John Dear

“Somente Thomas Merton, em seu sacerdócio, enxergou com profundidade profética a dureza de nosso coração, antes e agora.”

– Jim Douglass, autor The Nonviolent Coming of God

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