Nascia em 04 de abril de 1912, no Rio de Janeiro, Elsie de Souza e Silva.
Foi educada na França e na Inglaterra, posteriormente retornou ao Brasil para estudar no Instituto Católico de Ensino Superior (futura PUC-Rio), fundada por Alceu Amoroso Lima em maio de 1932.
Naquela época, a igreja e a sociedade presenciavam a efervescência da Ação Católica, movimento que prezava pela formação de leigos para colaborar com a missão da Igreja, tendo como um de seus principais dirigentes o amoroso Dr. Alceu, que, com uma atuação vívida e criativa, levou um número significativo de jovens ao discernimento da vocação para a vida monástica, dentre tantos, a jovem Elsie.
Ingressando no Mosteiro da Virgem, acolheu a nova vida e o novo nome: Irmã Maria Emmanuel de Souza e Silva, na Ordem de São Bento (OSB).
Nunca pudera imaginar que a milhares de quilômetros dali, num mosteiro dos Estados Unidos, estaria um talentoso jovem descobrindo os encantos e desafios de viver na clausura. E que sentimento brotaria do coração desta jovem monja ao constatar que existia, em pleno século XX, um novo “São João da Cruz”? Ficou atônita com a comparação lida num artigo assinado por Alceu Amoroso Lima. Irmã Maria Emmanuel tomou conhecimento pela primeira vez do monge trapista Father Louis (Thomas Merton).
Poderia existir um “contemplativo americano?”. Era sua grande inquietação.
Não parou mais de buscar informações sobre Merton, até encontrá-lo novamente numa edição italiana do L’Osservatore Romano, em que havia uma poesia e um breve relato de sua vida.
Vibrou de alegria quando, enfim, pode ter nas mãos uma edição de The Seven Storey Mountain. De fato, encontrara naquela autobiografia um jovem neoconverso “patético, lúcido, modesto, autêntico e, digamos a palavra, genial.”
Surgiu uma grande ideia. Durante os preparativos para o XXXVI Congresso Eucarístico Internacional do Rio de Janeiro, em 1955, Ir. Maria Emanuel decidiu escrever para Thomas Merton, sem muita pretensão de ver sua carta chegar ao destinatário, para que este traduzisse para o inglês o hino de autoria de Dom Marcos Barbosa. Ter um importante nome assinando a tradução do hino iria agregar valor ao já reconhecido tesouro poético.