Durante o noviciado, por causa de seu temperamento forte ela temia ser mandada embora do mosteiro; mas depois da profissão solene, vencido esse temor, ela recebe uma graça especial e se entrega a um abandono inteiro e tranquilo, que gerou nela um impulso ao sacrifício total de si. Sua breve vida monástica se consumou como uma Eucaristia, no empenho diário e constante de conversão para seguir a Cristo, obediente ao Pai até a morte.
Após um retiro pregado pelo Padre Couturier, um dos grandes pioneiros do ecumenismo e apóstolo incansável pela unidade dos Cristãos e reconciliação com as Igrejas Ortodoxas, este apresentou à comunidade um pedido especial de orações e sacrifícios nesta intenção. A Irmã Maria Gabriela sente-se irresistivelmente chamada a oferecer sua vida pela unidade dos Cristãos. “Sinto que o Senhor me pede”, confia ela à sua abadessa.
Através de um caminho rápido e direto, sempre em perfeita obediência a Deus e consciente de sua própria fragilidade, a Irmã Maria Gabriela alcança aquela liberdade interior que a leva a conformar-se com Jesus que, “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”.
Na tarde do dia 23 de abril de 1939, aos vinte e cinco anos de idade, a Irmã Maria Gabriela concluiu sua breve vida, enquanto os sinos do mosteiro tocavam para as Vésperas do Domingo do Bom Pastor, cujo evangelho do dia proclamava: “E haverá um só rebanho e um só Pastor”.
O túmulo da Bem-aventurada Maria Gabriela,
na capela a ela dedicada no mosteiro de Vittorchiano
Antes de deixar este mundo, a Irmã Maria Gabriela fez um pedido solene a Deus que, uma vez que ela estivesse no Céu, ela intercedesse de modo especial pelas vocações de seu amado mosteiro. Seu pedido foi aceito pelo Senhor, pois após sua morte o mosteiro passou a receber um afluxo prodigioso (poderia se dizer miraculoso) de vocações. A partir daí, o mosteiro de Vittorchiano passou a fundar novas comunidades aos quatro ventos: Argentina, Chile, Venezuela, Itália, África, Filipinas, Indonésia, Síria, República Tcheca. A Irmã Maria Gabriela foi beatificada por São João Paulo II no dia 25 de janeiro de 1983.
O mosteiro de nossas irmãs em Rio Negrinho (SC) vem dessa linhagem: elas são a Casa-filha de Nossa Senhora de Quilvo (no Chile), que por sua vez é Casa-filha de Vittorchiano. Portanto, também elas são fruto da fecundidade espiritual da Irmã Maria Gabriela.
Fecundidade de mãe para filha – e também para a neta, se Deus assim quiser!
(texto gentilmente cedido pelo Mosteiro Trapista N.S. do Novo Mundo)
Para saber mais, clique aqui e assista também aos vídeos abaixo: