Blog › 12/01/2018

12 de janeiro

Santo Elredo de Rievaulx, abade

Hoje, 12 de janeiro, a família Cisterciense celebra a festa litúrgica de Santo Elredo de Rievaulx (forma latina: Rieval), um dos mais queridos de nossos Padres Cistercienses que, ao lado de Bernardo de Claraval, Guilherme de St-Thierry e Guerrico d’Igny são chamados “os quatro evangelistas de Cister”.

O dito popular segundo o qual “uma verdadeira vocação religiosa leva três gerações para amadurecer” certamente encontra em Santo Elredo uma prova de sua veracidade: nascido no ano 1110, no condado da Northumbria (Inglaterra), ambos seu pai e seu avô eram sacerdotes (a tradição do clero casado, no catolicismo anglo-saxão, perdurou até a reforma gregoriana). Seu avô chegou a exercer a função de ecônomo da Catedral de Durham e guardião das relíquias do célebre São Cuthberto, padroeiro da região e um dos padroeiros da Inglaterra. Seu tio se tornou um célebre exegeta das Sagradas Escrituras. Com esta estirpe, Elredo recebeu desde cedo um forte sentido da tradição e excelente educação no seio da família, que foi completada na escola da Catedral de Durham.

Dotado de uma inteligência brilhante e forte carisma pessoal, Elredo ingressou aos catorze anos na corte do Rei Davi I da Escócia, onde as portas foram se abrindo de par em par para uma carreira promissora. Aos 24 anos é enviado a uma importante missão junto ao bispo de York. Nesta viagem conhece o mosteiro cisterciense de Rievaulx, recém fundado pela abadia de Claraval. Elredo sente que foi a mão de Deus que o conduziu até este lugar santo e decide tornar-se monge nesta comunidade, cujo fundador e abade chamava-se Guilherme, discípulo e ex-secretário de Bernardo de Claraval.  Em 1142 é nomeado mestre de noviços, e pouco depois é eleito abade.

RievaulxAbbey

Ruínas do Mosteiro Cisterciense de Rievaulx (séc. XII)

Na vida de Santo Elredo o amor fraterno e a amizade foram vividos de modo tão intenso e profundo que se tornaram como que a síntese de sua vida consagrada ao serviço de Deus e dos homens. Para ele a sabedoria do amor era um verdadeiro tesouro que precisava ser transmitido para as novas gerações, e esta orientação marca toda sua vida e seus escritos, como se pode ver pelos próprios títulos de suas obras: De spirituali amititia (A amizade espiritual), Speculum caritatis (O espelho da caridade), Oratio pastoralis (Oração pastoral), e muitas outras.

Sobre ele escreveu outro célebre abade cisterciense, Gilberto de Hoyland:

“O seu falar, largo e nutritivo como o leite, tinha como efeito atrair o espírito daqueles que o escutavam, e estes ficavam como que inebriados por seu ensinamento (…) Para edificar, utilizava imagens simples, mas ao mesmo tempo nas suas palavras se entrevia a presença ardente de uma graça inebriante. Possuía uma inteligência doce e afável, mas um sentimento veemente”.

O santo abade faleceu em 1167, “na terceira vigília da noite” segundo seu biógrafo mais próximo. Quando ingressou no mosteiro de Rievaulx, este contava com pouco mais de trezentos monges; durante seu abaciado, esse número mais que dobrou, chegando sua comunidade a contar com mais de setecentos monges – atraídos, sem dúvida, por sua sabedoria e santidade de vida.

O nome anglo-saxão Elredo significa, segundo seus biógrafos, “nobre conselho”, ou “todo conselho”. Seu nome é, em si mesmo, uma profecia para este pai espiritual cujo ensinamento e exemplo conduziu uma multidão de monges cistercienses para as pastagens verdejantes da contemplação e da santidade.

via Schola Christi

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